Qualquer cidadão com um mínimo de senso de justiça fica indignado ao ler a Constituição Federal Brasileira. Nela estão contidas palavras semelhantes a folhas secas lançadas ao vento.
Um de seus fundamentos é a dignidade da pessoa humana. Aí eu pergunto? O descaso com que a Saúde Pública vem sendo tratada no Brasil não expõe o cidadão a uma situação indigna? Será que a morte de bebês, crianças, jovens, gestantes, idosos, está de acordo com o que versa a nossa brilhante Lei Maior?
Os parlamentares limitam-se ao discurso sobre a necessidade de uma reforma da Constituinte, que atualmente privilegia criminosos e avilta o direito daqueles que alega defender. Para os de colarinho branco, as brechas nas leis -que lhe são favoráveis- tornam-se visíveis até mesmo aos olhos cegos da Justiça, enquanto para aqueles que têm o colarinho manchado pelo suor do trabalho, até as leis escritas em letras garrafais -aquelas que protegem o cidadão-, tornam-se invisíveis.
Ainda bem que em nosso país é livre a manifestação do pensamento, caso contrário não poderia expressar minha indignação quando vejo pela TV pessoas semelhantes a mim morrendo e vendo seus entes queridos morrerem de uma forma estúpida e cruel. Milhares de mortes que poderiam ser evitadas. Eu não sei onde isto vai parar. Mas o que eu sei é que quando um país esquece do seu povo, o crescimento econômico perde o sentido, gerando apenas mais desigualdades e injustiças.
Esse não é um problema deste ou daquele governo, mas é uma situação que se arrasta há séculos, talvez à espera de que, um dia, a nossa indignação possa "ultrapassar as janelas de nossas casas..."*
Leia:
• Citações da Música Indignação do Álbum Skank, 1993
*A foto deste post é de autoria de Goldenberg Fonseca sob uma licença Creative Commons
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