domingo, 6 de dezembro de 2009

Fome oculta atinge uma a cada quatro pessoas no mundo

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A maioria das pessoas acredita que comer significa estar alimentado. Mas isso nem sempre é verdade. Com a correria das grandes cidades, a maneira de saciar a fome vem perdendo em qualidade, o que pode desencadear a síndrome da fome oculta, um problema pouco conhecido, mas que vem crescendo em todo o mundo.


A fome oculta é a deficiência de micronutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo. Inicialmente, o problema é assintomático e, em muitos casos, nem o exame clínico é capaz de diagnosticá-lo. “A síndrome da fome oculta é bastante confundida com outros transtornos alimentares: como compulsão alimentar, anorexia e desnutrição”, afirma a nutricionista Jamile Nascimento.

No entanto, com o decorrer do tempo, a pessoa pode apresentar cansaço excessivo, irritabilidade, queda nos cabelos, unhas quebradiças, pele ressecada, rigidez e fraqueza musculares. O problema pode se agravar e provocar doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, sangramento vaginal, anemia, osteoporose e câncer. Exames bioquímicos são necessários para comprovar a existência do mal.


Fora de controle

Uma das evidências de que a pessoa sofre da carência de micronutrientes é a fome excessiva – a pessoa deseja um alimento que não sabe definir. Isso acontece porque o cérebro transmite a mensagem de que existe uma necessidade de elementos essenciais ao organismo. O problema é que a mensagem é decodificada como fome e a pessoa passa a ingerir alimentos que saciam o desejo de comer, mas que não nutrem.


Estimativas

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 25% da população mundial apresente a síndrome, ou seja, uma a cada quatro pessoas tem a fome oculta, que atinge todas as camadas sociais, já que a cultura da alimentação rápida, rica em carboidratos e gorduras, vem sendo estimulada pela sociedade capitalista, que visa ao lucro em detrimento da qualidade de vida das pessoas.

Gestantes, crianças e idosos compõem o grupo de risco clássico. Fumantes e pessoas que ingerem bebidas alcoólicas também têm maior probabilidade de desenvolver a síndrome.

Prevenção e Tratamento

Para prevenir ou tratar a fome oculta, a alternativa é ingerir alimentos de todos os grupos alimentares, de forma balanceada. O consumo de frutas deve ser diário e variar entre quatro e nove porções. “A prevenção e o tratamento para a síndrome da fome oculta deve incluir a educação nutricional a partir de um plano alimentar equilibrado em carboidratos, proteínas e lipídios, vitaminas e sais minerais”, pontua Jamile.

Porém, quando não é possível a mudança dos hábitos alimentares, a solução é recorrer aos suplementos, que devem ser indicados pelo profissional de saúde, após uma cuidadosa análise nutricional de cada paciente.

Essa foi a solução encontrada por Danusa Benes, que, ao perceber um cansaço persistente, passou a ingerir um concentrado polivitamínico, que aumentou a sua disposição e trouxe mais saúde à representante de vendas. “Como eu trabalho fora, nem sempre consigo me alimentar de forma adequada, por isso optei pelos suplementos, mas não deixo de consumir frutas, legumes e verduras, além do bom feijão com arroz”, revela.


Veja as principais fontes de micronutrientes:

Vitamina A: espinafre, brócolis, couve galega, acelga suíça, nabo, repolho crespo, fígado, cenoura, batata-doce, polpa da laranja, abóbora, tomates, damasco, melancia e melão Vitamina B6: fígado e carne vermelha, grãos integrais, batatas, vegetais verdes e milho

Vitamina B1: grãos integrais, germe de trigo, produtos de farinha branca enriquecida, miúdos, carne de porco, legumes e levedura fermentada Vitamina B12: alimentos de origem animal, carnes, miúdos, leite em pó e produtos lácteos e ovo (inteiro ou a gema)

Vitamina B2: leite e produtos lácteos, ovos, vegetais verdes folhosos, miúdos, rins, fígado, coração, levedura desidratada, amendoim, manteiga de amendoim e grãos integrais Vitamina D: leite fortificado e peixes com espinhas (como salmão e sardinha)

Niacina (Vitamina B3): carnes e miúdos, produtos de trigo integral, produtos de farinha branca enriquecida, legumes e levedura fermentada Vitamina E: germe de trigo, óleos vegetais, legumes, castanhas, grãos integrais, peixes e vegetais folhosos verdes

Ácido Pantotêncico: produtos animais, fígado, ovos, grãos integrais, legumes, batata branca e batata-doce Ácido Fólico (Folacina): carnes glandulares, levedura, vegetais folhosos de cor verde-escuro, legumes e grãos integrais

Biotina: fígado, carnes, leite, óleo de soja, levedura fermentada e gema de ovo (a clara destrói a biotina). Bactérias que estão presentes no intestino também produzem a biotina.

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