Diálogos na Rede

Tive que conter as lágrimas ao ler os jornais nos últimos dias. Em todos estavam estampadas fotos do horror que se abateu sobre o Haiti, o país mais pobre das Américas e um dos mais miseráveis do mundo.

Meu Deus, que tragédia! No jornal Tribuna da Bahia li uma das frases mais chocantes da minha vida: "Lá a pobreza é tanta que as crianças (e adultos também) comem biscoitos feitos de barro". Como somos mesquinhos! Ensimesmados em nossos problemas cotidianos, esquecemos que existem milhões de pessoas sofrendo muito no mundo. Um terremoto desta magnitude talvez não causasse uma única morte nos países ricos. Mas, para os pobres, a coisa é bem diferente. Falta de estrutura, de recursos técnicos, enfim, de dinheiro, fizeram com que o abalo de 7 graus na escala Richter fosse responsável por um número ainda indefinido de mortos, que pode chegar a 150 mil. São mais de cem mil vidas ceifadas prematuramente e milhares de feridos. Por que continuamos vivendo nossas vidas como se o mundo fosse cor de rosa? Como justicar que, numa única loja de roupas, alguém possa gastar mais de 1 milhão de dólares, enquanto existem pessoas que comem barro? Como uma bolsa pode custar R$ 551.232,00 num mundo em que há 1 bilhão de famintos? São absurdos inexplicáveis, irracionais, nojentos!

Não estamos sendo verdadeiramente humanos. Somos inferiores aos bichos. Temos nos conformado com genocídios, torturas, corrupção, violência. Estamos calados, inertes. Até quando? Até quando o mundo continuará gastando rios de dinheiro em coisas inúteis, enquanto milhões estão morrendo?  Mas, como disse Mahatma Gandhi, "Você pode ser a mudança que deseja ver no mundo". Que Deus nos ajude a sermos essa mudança! Enquanto isso, vamos continuar a chorar nossos mortos enquanto durar nossa tristeza descartável...