Diálogos na Rede

A comunidade do Morro dos Macacos, na Vila Isabel, zona Norte do Rio de Janeiro, foi invadida por traficantes da facção do Morro do São João na madrugada de sábado (17/09), duas semanas após a eleição da cidade para sediar as Olimpíadas.

Um helicóptero da Polícia Militar foi alvejado e após um pouso forçado num campo de futebol, explodiu, matando dois policiais e ferindo outros dois. Ônibus foram incendiados e o clima de terror apavorou a população local.

A gravidade dos confrontos repercutiu internacionalmente. O fato foi noticiado pelo The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA) , The Guardian (Reino Unido), Telegraph (Reino Unido) e pelo El País (Espanha), que comparou o fato aos conflitos ocorridos no Afeganistão.

O confronto deixou pelo menos 12 mortos, sendo 10 bandidos, segundo informações da PM/RJ.

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que a Polícia tinha conhecimento dos planos dos criminosos, motivo pelo qual o policiamento foi reforçado no local, mas, segundo ele, não foi possível impedir a invasão devido a dificuldade de prever o ponto exato onde o confronto começaria.

O governo federal colocou a Força Nacional de Segurança à disposição do estado, mas o governador, Sérgio Cabral, recusou a ajuda. O governador afirmou que as ações de repressão da Polícia devem continuar e que o Rio de Janeiro possui equipamentos e efetivo suficientes para combater as ações dos traficantes.

De acordo com o ministro da Justiça, Tarso Genro, não há motivos para preocupações quanto à escolha da cidade para sediar a Copa do Mundo, em 2014, tampouco as Olimpíadas de 2016, pois os fatos fazem parte do esforço policial para manter a ordem na capital e o Comitê Olímpico Internacional já sabia que os confrontos iriam acontecer.

Espero que as autoridades não pensem em resolver a questão somente às vésperas dos jogos da Copa ou das Olimpíadas, porque a população que mora nos morros precisa de soluções AGORA, por questões óbvias de sobrevivência.