sábado, 21 de novembro de 2009

Salvador bate recorde de calor

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Quem percorre as ruas de Salvador já deve ter experimentado a sensação de desconforto provocada pelo calor excessivo e pela ausência de ventos e sombra. Esse transtorno é causado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento e falta de planejamento no processo de urbanização, que elevam as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, aumentando o efeito estufa (clique aqui para ver o vídeo).
Para medir as variáveis ambientais que influenciam o conforto térmico (temperatura, umidade, velocidade do ar e radiação), o grupo de pesquisadores do Laboratório de Conforto Ambiental (LACAM), da Faculdade de Arquitetura da UFBA desenvolve a pesquisa “Clima Urbano, Planejamento Urbano e Mudanças Climáticas”. O estudo é realizado em diversas cidades do mundo, como Kassel e Freiburg, na Alemanha e outras cidades da Europa, Ásia e Rússia e em Belo Horizonte, pela UFMG.

De acordo com a equipe formada pelas professoras Jussana Nery, Tereza Moura, Márcia Freire – LACAM-UFBA e pela Dra. Telma Andrade – SECTI-BA, as cidades, de modo geral, alteram o clima natural e geram um clima específico denominado de clima urbano. Devido ao armazenamento de calor nas estruturas construídas, as temperaturas do ar medidas na cidade são mais altas do que no seu entorno e caracterizam a ‘ilha de calor’ .

Desmatamento aumenta o desconforto

O meteorologista da Aeronáutica, Sargento Fonseca, afirma que o desmatamento das áreas de Mata Atlântica e as edificações mal planejadas modificaram muito o clima urbano de Salvador, comprovado pelo ar seco, ventos quentes e suspensão de poeira. Ele revela que, em seu cotidiano, as roupas de inverno quase nunca são usadas. “Sinto falta do ar fresco, de sombras e de mais áreas arborizadas”, ressaltou.

Índice recorde de temperatura em Salvador

Para Tereza Moura, este é um momento oportuno para a realização da pesquisa, pois o aumento das temperaturas do ar corresponde com o adensamento da cidade. Segundo a pesquisadora , em 2009, a temperatura máxima absoluta atingiu o maior índice já registrado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), chegando aos 35,2º C.

“A pesquisa tem um horizonte de 20 anos e a meta é entender o papel das estruturas urbanas e buscar mitigar, através de diretrizes de planejamento urbano, os efeitos das “ilhas de calor” nas cidades, as quais estarão ampliadas pela mudança climática global”, afirma Moura.


Matéria publicada no Jornal Info Online, do Centro Universitário da Bahia - FIB, em 15/10/2009

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